Em entrevista ao portal Globo Esporte, Leila Pereira, atual presidente do Palmeiras, não alívio nas críticas envolvendo o caso de Daniel Alves. O ex-lateral da Seleção Brasileira foi condenado a nove anos e meio por estupro, crime cometido em dezembro de 2022.
O brasileiro ficou preso de maneira preventiva por 14 meses no Centro Penitenciário Brians II, localizado nos arredores de Barcelona. Contudo, teve o pedido de liberdade condicional aceito mediante ao pagamento de uma fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões). Ele seguirá em liberdade até ser julgado em todas as instâncias.
“Uma pessoa já condenada e que está solta. Por quê? Pagou. Então, para estuprar, você paga. A mulher tem um preço para ser estuprada. Você paga e é solto, não acontece absolutamente nada. Aquilo é revoltante”, iniciou Leila, que ainda disse que esse tipo de crime deve continuar se a punição não for aplicada de maneira certa. “É um tapa na cara de cada uma de nós. Enquanto não houver punição exemplar, essas aberrações vão continuar”, completou.
CBF se manteve em silêncio
Enquanto o assunto estourou na mídia, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sequer falou sobre o ocorrido. Leila foi convidada a ser a chefe de delegação da entidade, e aproveitou o momento para falar sobre o caso de Daniel Alves e também de Robinho, preso recentemente po estupro em uma balada em Milão, em 2013.
“Esse assunto surgiu e ninguém falava. Ninguém falava absolutamente nada. Eu não me posicionei espontaneamente, fui perguntada por um jornalista qual seria a minha posição. Eu recebi nas minhas manifestações a respeito desse problema do Daniel Alves e até do Robinho muitos elogios de mulheres, mas também de homens”, disse a presidente, antes de concluir:
“Mas agora ele pegar o microfone e falar, eu não sei o porquê que eles são mais reprimidos, entende? Mas a mim, vários homens (falaram). Por quê? O homem tem filha, tem irmã, tem esposa, tem mãe, todo mundo tem uma mulher importante dentro de casa”, concluiu.