Fernando Diniz perde a compostura e ‘ataca’ o São Paulo

Depois de maus resultados e  muita pressão da torcida, o São Paulo anunciou a demissão de Thiago Carpini. O treinador de 39 anos de idade estava no Tricolor desde janeiro, quando foi escolhido como substituto de Dorival Júnior, que aceitou o convite da CBF para comandar a Seleção Brasileira.

Quem não aprovou a mudança no comando do Tricolor foi Fernando Diniz, que acumulou passagem pelo clube entre 2019 e 2021. Atual treinador do Fluminense, ele criticou a cultura de demissão em massa dos profissionais brasileiros no futebol, defendendo Carpini.

“Acho ridículo o que aconteceu com o (Thiago) Carpini, e o que acontece com os estrangeiros também. Não é que o (técnico) brasileiro não serve, ninguém serve. Serve só se ganhar. O Abel (Ferreira) não está aí há tanto tempo porque é bom. Ele é bom mesmo, senão não ganharia o que está ganhando. Mas ele está aí porque ganhou. Quando eu falo que essa é uma análise de resultados… Tem um monte de treinador brasileiro bom, mas tem menos tempo. A gente tem uma paciência maior para mandar estrangeiro embora”, iniciou, na coletiva após a vitória contra o Vasco.

Na visão de Diniz, diversos treinadores brasileiros são muito competentes e poderiam receber mais chances em clubes de expressão. Além disso, comentou sobre a mentalidade dos clubes em que “ganhar” é o principal critério para analisar o trabalho dos treinadores no país.

” Roger Machado, na minha opinião, é um excelente treinador e ficou um tempão aí fora do mercado. Zé Ricardo, Barroca, Vagner Mancini… Todos são bons treinadores, mas a gente acha que é bom só quem ganha. O que veio para o Botafogo, Bruno Lage, é um excelente treinador. Se você for lá na Europa perguntar, ele tem mais currículo do que muitos aqui. Mas veio para o Botafogo, entrou no meio de uma confusão, campeonato é difícil. Vai impor ideias, perde, é mandado embora. O cara precisa ganhar para mostrar que é bom”, prosseguiu.

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Diniz falou sobre a “doença do futebol brasileiro”

Para Fernando Diniz, os dirigentes e torcedores colocaram na cabeça que apenas a vitória é um meio de medir a habilidade e capacidade dos profissionais, a qual ele classificou como “doença no futebol brasileiro”.

“A gente não avalia conteúdo, existe um automatismo de que quem ganha é bom e quem perde é ruim. Mas o fato de ganhar praticamente anula a capacidade de enxergar e aprofundar a discussão sobre futebol. Esse é um dos piores males, uma doença no futebol brasileiro. E agora os treinadores brasileiros são assim.Se você pegar um time com orçamento de 30 milhões na mão desses que falei, entre outros, e der tempo para trabalhar, ele (treinador) vai ter chance de ganhar campeonato”, finalizou Diniz.