Ex-São Paulo afirma ter sido abandonado pelo São Caetano e agora recomeçou a carreira na Itália

Com passagem pelas categorias de base do São Paulo, o zagueiro Matheus Vieir, de 22 anos,  tenta um recomeço no futebol. Depois de passar poucas e boas após uma grave lesão no joelho e problemas no São Caetano, ele atualmente defende o Sangiustese, da 5ª divisão italiana.

Foi contratado pelo sub-17 do Tricolor após chamar a atenção em outros clubes menores da capital paulista. Assinou o primeiro contrato profissional e atuou por quatro anos nas base. Por sinal jogou com Pablo Maia e Welington, titulares do SPFC, e Lucas Beraldo, vendido recentemente,ao PSG.

Assinou com o Cruzeiro posteriormente, mas foi dispensado após a chegada da SAF. Chamou a atenção do São Caetano e foi contratado no final de 2022 para disputar a Série A2 do Paulistão, mas sofreu uma grave lesão no joelho dois meses depois. O clube optou por não assinar com o atleta, mesmo com tudo praticamente certo.

“Quando machuquei, falei que ia assinar, porque havia sido prometido. E eles falaram: ‘Como você machucou, a gente não pode registrar, senão perdemos uma vaga, se quisermos contratar outro para o seu lugar’. Eu falei: ‘Isso não existe, estou aqui de palhaço, porque estou treinando e não posso assinar?’ Foi desgastante”, disse, em entrevista ao Globo Esporte.

O clube não ofereceu condições para ele realizar a cirurgia de correção da lesão em um hospital particular, algo normal no mundo do futebol, e teve que passar pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Foi onde eu consegui fazer minha cirurgia em um hospital de Jabaquara, pelo SUS. Sei que o SUS tem muita qualidade, mas a gente não sabe como vai ser a cirurgia. O clube não tinha o suporte para o pós-cirúrgico. Eu não tinha o suporte que deveria ter. Quando eu sofri a lesão, eles prometeram, mas não cumpriram. Foi diferente, despertou isso em mim. Para eles (os outros dois jogadores de Santos), o São Caetano estava pagando. Só por quê eu machuquei? O atleta não tem culpa. Ficou a minha indignação com isso. Fui me virando”, continuou o atleta.

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Recomeço em sua carreira

Na segunda metade de 2023, Matheus Vieira resolveu mudar de vida após o nascimento de seu filho. Ele foi morar na Itália junto a sua namorada, e precisando trabalhar aceitou a oferta do Sangiustese, na 5ª divisão italiana.

“Antes de acertar com o clube, eu vim para morar na Itália. Como eu ainda estava na fase final de recuperação, era produtivo esperar mais um pouco pelo interesse de algum clube. Foi diferente, mas eu fui me adaptando, fazendo o meu papel fora. Tive alguns contatos, também. Um parceiro meu da época do São Paulo tinha contato com um empresário italiano que coloca jogadores em alguns clubes. Eu conversei com ele, ele me apresentou alguns clubes, e foi onde que eu tive a oportunidade de chegar aqui”, comentou.

Matheus acumula nove partidas pelo clube, que é originário da cidade de Morrovalle, a cerca de 100km de Fano, onde  ele mora junto a família. Atuou em nove partidas até aqui, sendo titular em sete delas. Ele ainda sonha em crescer no país e fazer seu nome no futebol italiano.

“Quero poder terminar a competição bem, jogar, que é o mais importante, depois do ano de 2023 que eu passei. Quero poder conquistar grandes coisas pessoais, que eu sempre sonhei. Quero escrever minha história na Europa. Sempre foi meu sonho. Posso conquistar isso ainda. Posso ter um bom nome aqui na Itália, quem sabe na Europa, conquistar grandes coisas, chegando numa Série A, Série B. É o meu objetivo”, comentou.