Quase veio pro São Paulo e agora pode custar uma punição da FIFA ao Cruzeiro
Nesta segunda-feira (17), o Santos divulgou que enviou uma notificação à Juventus, da Itália, pela venda do atacante Kaio Jorge ao Cruzeiro. O clube afirmou que existia uma cláusula de preferência do clube em caso de qualquer negociação futura. Neste caso, a equipe da Vila Belmiro não foi notificada das conversas com o time mineiro.
O Cruzeiro desembolsou 4,5 milhões de euros (R$ 25,7 milhões) pelos serviços do atacante. Com contrato até 2029, o valor da transferência pode aumentar mais 1,5 milhões de euros caso o atleta bata algumas metas pré-definidas na assinatura do vínculo entre as partes.
Vale destacar que Kaio Jorge foi formado nas categorias de base do Santos e vendido à Velha Senhora em agosto de 2021 por milhões de euros (R$ 19 milhões na época). O Alvinegro alega que teria uma cláusula que dava o direito de igualar qualquer oferta enviada pelo jogador.
Contudo, o Santos diz que “em nenhum momento o clube foi comunicado sobre as informações da transação ou consultado sobre o interesse em readquirir o jogador”. Diante disso, enviou uma notificação à Juventus e também pode seguir adiante na Fifa.
“O Santos alega existir cláusula contratual que lhe resguardaria e daria direito a repatriar Kaio Jorge. Porém, a Juventus negou vigência a este dispositivo. Com isso, o caso poderá ser levado à FIFA, para decidir sobre a validade e incidência no caso concreto da cláusula, ou seja, se o Santos é ou não titular do chamado direito de preferência”, disse o advogado Milton Jordão, especialista em direito desportivo, que garante que a negociação pode acabar sendo desfeita.
Fernanda Soares, advogada da mesma área de Milyon, também garante que pode haver problemas futuros por conta desta cláusula. Contudo, além de confirmar que ela de fato existe, o Santos tem que garantir que não recebeu nenhuma notificação dos italianos em relação a venda de Kaio Jorge.
“Em geral, quando existe esse tipo de cláusula de preferência, há também previsão de obrigação das partes de notificar quaisquer terceiros sobre a existência deste direito de preferência. Não se sabe se o Cruzeiro foi notificado. É possível que não tenha sido e que, agora que sabe da questão, desista da transação. Caso não desista (e não haja qualquer acordo com o Santos), o Santos pode acionar tanto o atleta quanto o Cruzeiro na FIFA. A entidade tem regras bastante claras sobre a respeito aos pactos firmados”, disse.