STF irá retomar julgamento de Robinho neste mês
Condenado a nove anos por violentar sexualmente um jovem albanesa em 2013, na Itália, Robinho foi preso no Brasil somente em março de 2024. Enclausurado no complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo, o ex-jogador de futebol terá audiência marcada para o dia 15 de novembro em busca de um Habeas Corpus.
O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou o pedido protocolado pela defesa de Robinho, realizando o julgamento por meio virtual em meados de novembro. A iniciativa dos advogados do estuprador tem por objetivo derrubar a decisão que homologou a sentença da Justiça Italiana, determinando a prisão imediata do ex-jogador.
Em um contexto mais simplificado, a julgamento deveria ter ocorrido em outubro, mas o pedido de vista do ministro Gilmar Mendes suspendeu a audiência. Nesse ínterim, o relator do caso, o ministro Luiz Fux, permance enfatizando não haver irregularidades na decisão do Supremo Tribunal Federal em determinar a prisão do brasileiro.
“O STJ, no exercício de sua competência constitucional, deu cumprimento à Constituição e às leis brasileiras, aos acordos firmados pelo Brasil em matéria de cooperação internacional e às normas que regem a matéria, com especial atenção ao fato de o paciente ter respondido ao processo devidamente assistido por advogado de sua confiança e ter sido condenado definitivamente à pena de nove anos de reclusão por crime de estupro”, explicou Fux.
Relembre o caso envolvendo Robinho
No ano de 2013, Robinho e um grupo de amigos marcou presença em uma casa de shows, situada em Milão, para prestigiar um colega que iria se apresentar. Todavia, o que deveria ser mais uma momento de distração para o brasileiro acabou culminando em um episódio bárbaro. Uma jovem albanesa, na época com 23 anos, foi violentada sexualmente pelo ex-atacante e demais “comparsas”.
Denunciando o caso de forma imediata, a Justiça Italiana coletou todas as provas, que comprovaram a participação de Robinho no estupro coletivo. Condenado a nove anos de prisão, o ex-jogador fugiu para o Brasil por saber que o país não extradita brasileiros para serem julgados por outras nacionalidades.
Contudo, devido a pressão externa, a Justiça Brasileira decidiu homologar o pedido dos italianos, condenando Robinho à pena imposta em Milão. Por meio de uma entrevista cedida à Globo, a vítima detalhou pela primeira vez o horror vivenciado nas mãos dos brasileiros que estiveram naquela fatídica noite.
“Se eu tivesse que me descrever, diria que me sentia como… uma música brasileira: cheia de ritmo, de alegria, de luz. Sempre digo que eu costumava ser cheia de cores, que foram se desbotando. É, elas ficaram desbotadas durante muitos anos (…) Eu nem tive força para reagir, para me mexer. Tanto que depois, quando me levaram para fora, tiveram que me segurar e me ajudar, porque eu não conseguia nem andar”, lembra ela, no primeiro episódio do documentário feito pela Globoplay.