São Paulo já jogou mais de uma partida no mesmo dia
A discussão sobre o calendário do futebol brasileiro ganhou força nos últimos anos e não só por parte do São Paulo, após a reclamação publica de diversos treinadores como Rogério Ceni, Abel Ferreira, entre outros. A rotina intensa acaba levando os atletas e comissões técnicas ao limite, provocando lesões recorrentes.
Se há muita gente que acha um absurdo a quantidade de jogos disputados atualmente, no início dos anos 90 era ainda pior. Por sinal, esta foinuma das eras mais vencedoras da história do São Paulo, se não a melhor. Empilhou troféus como Campeonato Brasileiro, duas Libertadores da América e dois Mundiais de Clubes.
A equipe comandada pelo eterno mestre Telê Santana era uma das melhores de todo o mundo. Com o calendário inchado, o time alternativo, que recebeu o apelido de “Expressinho”, era comandado por Muricy Ramalho, ainda no começo de sua trajetória como auxiliar.
No começo dos anos 1990, o São Paulo teve uma das tarefas mais difíceis já vistas: encarar duas partidas no mesmo dia, ambas no Morumbi. Pela Conmebol, o Tricolor duelou contra o Sporting Cristal, do Peru; logo depois, encarou o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro.
O Soberano saiu com a vitória em ambas, e Juninho Paulista, na época com apenas 20 anos de idade, foi o único jogador a entrar em campo nas duas oportunidades. Atuou por 32 minutos contra o time peruano, marcando um gol. Contra os gaúchos, mais 20 minutos para a conta.
“Aquilo foi uma coisa inédita no futebol, mas eu já estava acostumado a jogar na várzea, onde é normal ter o primeiro e o segundo quadros. Joguei o primeiro (Sporting), mas nem imaginava que o Telê Santana me colocaria na segunda partida. Estávamos disputando a Copa Conmebol e o Brasileirão, e calhou de ter jogos no mesmo dia. Um começava às 8h da noite, o outro, às 22h. Eu era titular do Expressinho e costumava entrar nos jogos do time principal”, relembrou o jogador.
Finalizando, Juninho relembrou que assim que o primeiro duelo havia sido encerrado, Telê Santana já estava se preocupando com o confronto diante do Grêmio. Ele saiu do banco de reservas em ambos os jogos. “Quando terminou o primeiro jogo, o Telê já tinha dado a preleção do segundo. Entrei no vestiário, tomei um banho, coloquei o outro uniforme e subi de novo para o campo”, disse Juninho