SAF no São Paulo? Ideia do clube é exposta aos torcedores
As Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) se tornaram um modelo cada vez mais utilizado no Brasil. Diversas equipes aderiram ao modelo de clube-empresa atraindo cada vez mais investidores e aumentando os resultados tanto nas gestões quanto no time dentro de campo.
Vivendo uma situação financeira para lá de complicada, o São Paulo, por hora, não pensa em uma transformação. Os torcedores pedem há anos que o Tricolor adote o modelo da SAF, algo que, ao menos nos próximos anos, não deve acontecer.
Em vez de se inserir “na moda”, o São Paulo optou por criar um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios. Isso porque segundo o site InvestNews, dois terços das dívidas bancárias venceriam em até um ano, enquanto o restante precisaria ser quitado em 18 meses.
O clube tentou conversar com os bancos para alongar os prazos, algo que não deu certo. Dito isso, optou por conversar com a gestora Outfield, que tem experiência com SAFs. Entretanto, o São Paulo não estava disposto a vender parte do clube para um investidor, ao contrário das decisões de Botafogo, Cruzeiro e Vasco, por exemplo.
“Desenhamos uma série de formatos e procuramos a Galapagos Capital, [outra empresa do mercado financeiro] com quem temos uma parceria nos veículos de crédito”, disse Pedro Oliveira, sócio-fundador da Outfield, ao InvestNews.
Sobre o FIDC
O objetivo do São Paulo é arrecadar R$ 240 milhões para alongar e posteriormente zerar as dívidas bancárias. A ideia do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios já havia sido falada anteriormente no futebol brasileiro, só que por um rival, como conta Andrea Di Sarno, sócio e gestor na Galapagos Capital.
“O Paulo Nobre chegou a usar um FIDC para restaurar a dívida do Palmeiras, mas ele usava capital próprio, foi quase um mecenas. O São Paulo mesmo já tinha tido a experiência de um FIDC, mas ele estava só cedendo recebíveis para antecipar recursos, não tinha um viés de reestruturação da dívida”, disse.