Nova regra da FIFA está vindo para atrapalhar o goleiro Rafael
Visando dar mais dinamismo ao futebol, a Fifa montou um projeto que visa o fim das ceras dos goleiros para evitar a perda de tempo. A ideia é marcar um escanteio caso os arqueiros passem mais de oito segundos parados com a bola. Os primeiros testes foram realizados na Premier League Sub-21, e agora serão feitos no sub-20 do Campeonato Italiano.
Segundo a regra atual, um tiro livre indireto (não pode ser chutado diretamente ao gol) caso o arqueiro segure a bola para ganhar tempo. Entretanto, são poucos árbitros que acabam marcando a infração.
“ Os dados que estão surgindo até agora são muito interessantes. Os casos de escanteios marcados são quase inexistentes, o que nos indicaria que o caso é exatamente o que gostaríamos que fosse neste momento, e está acelerando os goleiros a soltarem a bola e a trazerem de volta ao jogo”, disse Patrick Nelson, presidente-executivo da Federação Irlandesa de Futebol e membro do conselho da International FA Board (Ifab).
Dados do futebol brasileiro
Em 2022, o Espião Estatístico do Globo Esporte reuniu dados do Campeonato Brasileiro daquela temporada. Em 100 duelos registrados, 57 atendimentos aos arqueiros foram pedidos para ganhar tempo ou enrolar a partida. Das 57, 51 delas foram enquanto a equipe estava na frente (25) ou em igualdade (26) no placar, ou seja, 89%.
Por sinal, 35 atendimentos foram realizados no segundo tempo das partidas, algo em torno de 61% das vezes. Os goleiros com o maior número de pedidos foram:Cássio (atuava no Corinthians na época), César (Juventude), João Ricardo (Ceará)e Marcelo Boeck, com cinco.
“ A imensa maioria dos pedidos de atendimento médico dos goleiros compõe uma galeria vergonhosa do futebol brasileiro, em cuja cultura está naturalizado que vencer é bom, mas vencer sacaneando o adversário é melhor ainda. É evidente que se trata de um artifício baixo para ganhar tempo, esfriar o ritmo do jogo, e uma covardia com a arbitragem, obrigada a paralisar a partida por serem goleiros”, disse o jornalista Alexandre Lozetti, na época.