Julio Casares se manifestou sobre o São Paulo virar SAF
As SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) vem se tornando cada vez mais comuns no futebol brasileiros. Diversas agremiações adotaram o modelo de clube-empresa, algo que vem se popularizando cada vez mais. Atualmente, diversos clubes de elite adotam a estratégia, como o Botafogo, Bahia, Vasco, Cruzeiro, entre outros.
Os benefícios da estrutura são falados a todo o momento pelos administradores dessas mesmas SAFs, fazendo com que muitos torcedores sejam favoráveis ao modelo. No São Paulo, porém, a ideia parece distante.
Apesar de uma dívida alta, o clube não pretende transformar seu modelo político e estrutural neste momento. Em entrevista exclusiva à ESPN, o presidente do SPFC, Julio Casares, falou sobre as SAFs, e confirmou que o Tricolor não pensa na troca neste momento.
“Eu não sou contrário a SAF, isso pode ser discutido um dia, mas o que vai valer mais: uma SAF com investidor que pega um clube organizado ou investidor com o pires na mão, como vimos no Brasil em três ou quatro situações, totalmente arrebentado. E esses clubes não conseguem mais se recuperar. E eles podem vir com um dono sério ou com aventureiro. É isso que o futebol como patrimônio do povo tem que ser protegido”, comentou.
Casares defende criação de fair play financeiro
Ainda na mesma entrevista, Casares também comentou sobre a implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro. A questão chegou a ser discutida entre os clubes em uma reunião recente na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro.
”Na questão do fair play a nossa preocupação, e aqui não há nenhuma colocação ao clube SAF ou não, é que você tenha uma regulação da atividade, onde um clube que fatura X não pode ter investimento na contratação de um jogador que seja acima do seu faturamento. Nós temos que pensar no mercado”, iniciou.
Por sinal, Casares fez duras críticas aos clubes que acabam gastando mais dinheiro do que arrecadam. A ideia é fazer uma regulamentação da própria CBF sobre os clubes tendo em vista os gastos em transferências.
“Que fatura mais porque foi muito competente ou porque tem uma torcida maior, pode dentro de um percentual, estabelecer um teto de investimento. ‘É claro que um clube que fatura um bilhão vai poder investir mais do que aquilo que fatura 500 milhões. Isso é da natureza do mercado, mas temos que ter regras. Se não, os clubes vão se tornar uma SAF, cada um decidindo da sua forma, porque não há salvação”, concluiu.