O volante Damián Bobadilla foi acusado de xenofobia pelo lateral-esquerdo Navarro durante a vitória por 2 a 1 do São Paulo em cima do Talleres, nesta terça-feira (27), no Morumbis, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. Durante a entrevista na zona mista do estádio, Navarro falou que o paraguaio o chamou de “venezuelano morto de fome” no final do segundo tempo, logo após o gol marcado por Luciano.
“Quando eles (São Paulo) fazem 2 a 1, eu mando o árbitro voltar rápido, porque ele (Luciano) estava praticamente correndo ao redor do campo e eu mandei o árbitro chamar porque a gente precisava jogar. E do nada, Bobadilla vem e me diz: ‘Não, vocês sempre tomam tempo’. E eu digo: ‘Que tempo, vocês estão ganhando’. E aí ele me disse: ‘Venezuelano morto de fome’”, revelou Navarro.
O jogador do time argentino disse que o árbitro não ouviu a fala xenofóbica de Bobadilla dedo a distância do jogador. Após o ocorrido, Navarro conversou com o zagueiro Ferraresi, do São Paulo, seu companheiro na seleção venezuelana.
“O árbitro estava dizendo que não tinha ouvido o que Bobadilla tinha dito porque acho que ele estava um pouco distante. Conversei um pouco (com Ferraresi), ele me perguntou como eu estava, como eu me sentia. E bem, eu disse a ele que realmente me sentia muito mal, me sinto muito mal. Ele ficou do meu lado, até os jogadores do São Paulo, o zagueiro equatoriano, Arboleda, ele ficou do meu lado e tudo, realmente porque eles sabiam o que Bobadilla tinha dito”, prosseguiu.
Navarro relembra de caso no ano passado
Por fim, o lateral-esquerdo condenou a atitude de Bobadilla e pediu justiça. Ele relembrou o ocorrido no duelo entre São Paulo e Talleres do ano passado, quando dois jogadores acabaram sendo levados à polícia após casos de racismo.
“Que a justiça seja feita, que isso não continue acontecendo. Lembro-me do ano passado, quando viemos para cá, dois dos nossos jogadores foram colocados na polícia e é um escândalo quando uma equipe brasileira passa por algum tipo de insulto e agora aconteceu comigo, é a primeira vez na minha vida que isso acontece, e é lamentável”, concluiu.