Ídolo do São Paulo, Raí se dedica a atividade surpreendente em 2024
Ídolo absoluto e multicampeão pelo São Paulo, o ex-meia Raí conquistou tudo o que podia na sua carreira como jogador profissional. Fora dos gramados, o brasileiro também vem se dedicando ao máximo, desta vez, na área dos estudos. Não tem nada a ver com futebol.
Em entrevista com o portal G1, Raí contou que concluiu o mestrado em políticas públicas na Universidade Sciences Po, em Paris. Segundo ele, não há diferença entre apresentar um trabalho acadêmico para poucas pessoas ou jogar em um estádio lotado: “É igualzinho: a boca fica seca, a gente treme, não dorme na véspera e chega cedo para se concentrar”, conta.
O ex-jogador realizou uma ampla pesquisa com o intuito de universalizar o acesso às atividades criativas no dia a dia. O esporte, teatro e dança acabam sendo vistos como atividades que não são “essenciais” pelos governos, mas que deveriam ter maior valor na sociedade.
“Eu chutava mal de esquerda, né? E trabalhei isso no futebol. Foi assim na universidade também: precisei encarar minhas limitações de estudo, todas as bases literárias que eu não tinha, e driblá-las. Porque drible é isso, é o improviso. Mas foram improvisos com base nas minhas convicções. Isso diminuiu o risco”, conta o ex-atleta.
Durante os dois anos do curso, Raí foi, assim como nos gramados, se tornando o “capitão” e líder de sua turma. Ele contou que é algo natural de sua personalidade: “Eu chego a um lugar, preciso me adaptar, mas depois acabo virando o líder. Nunca é no começo; é um processo de sedução. Você conquista a confiança dos outros, a sua também, e, com amor, sem grito, faz com que as pessoas te respeitem e te ouçam”.
Dedicação vem de família
Não é de hoje que Raí é ligado a pautas e outros temas políticos e sociais. Ele é fundador da Fundação Gol de Letra (1998), que auxilia na educação de jovens e crianças. Ele contou que a inspiração vem de sua família, sempre ligada ao assunto.
“Como atleta, fiquei meio limitado, sem poder desenvolver o lado acadêmico. E minha motivação social é quase de berço, né? Olha os nomes dos meus irmãos: Sócrates, Sófocles e Sóstenes [filósofos gregos]. Já cria uma inquietação intelectual”, afirma.