Miguel Navarro acusou o volante Damian Bobadilla de falas xenofóbicas durante a vitória por 2 a 1 do São Paulo em cima do Talleres, na última terça-feira (27), no Morumbis, pela última rodada da fase de grupos da LIbertadores. O paraguaio foi intimado e terá que depor na delegacia nesta sexta (30) após ter chamado o adversário de “venezuelano morto de fome”.
“Esperamos que ele compareça. Foi intimado para estar aqui na próxima sexta-feira, no período da tarde. Também solicitamos imagens ao São Paulo. Agora, precisamos confrontar tudo isso. As imagens que vao chegar. Se identificamos algum jogador que no momento estava próximo do Navarro e do Bobadilla. Ver eventuais versões de outras pessoas”, disse Rodrigo Correa Baptista, delegado do DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva).
Além do lateral-esquerdo, outros dois atletas do time argentino também falaram sobre o caso na polícia e confirmaram a versão do companheiro de equipe. O árbitro da partida não estava perto de ambos no momento do confronto, por isso, não ouviu o que foi dito.
Navarro abriu um boletim de ocorrência ainda no Morumbis. Procurado pela Polícia Militar no estádio, Bobadilla já havia deixado o local. Segundo informações infladas pelo UOL Esporte, o São Paulo espera que o volante viaje com o restante do time para Salvador, onde enfrentará o Bahia neste sábado (31), às 18h30 (de Brasília), na Arena Fonte Nova.
Jogador pode pegar de dois a cinco anos de prisão
Concluindo, Bobadilla pode acabar suspenso das competições da Conmebol dependendo da análise. Além disso, alguns casos de xenofobia no Brasil enquadram como racismo segundo a lei, com pena de dois a cinco anos na cadeia.
“O crime apurado é de injuria racial, prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão. É inafiançável e imprescritível. Precisamos apurar com toda cautela e rigor possível, como qualquer investigação criminal que aconteça. Se o policial tivesse próximo a ele, ele tivesse saído correndo, seria outra coisa. Mas ele deixou o local antes da presença policial. Temos de analisar. Ele vai ser perguntado sobre isso, se tinha algum motivo para tomar essa ação, porque ele deixou o local”, concluiu o delegado.