Atleta que honrou o Brasil internacionalmente sobrevive com bicos em 2024
Medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, o brasileiro Pedro Lima, que derrotou o americano Demetrius Andrade, na categoria meio-médio, entrou para a história do boxe do país depois de 44 anos de espera. Aos 41 anos, o ex-pugilista enfrenta dificuldades no cotidiano.
Em entrevista ao Globo Esporte, que está produzindo a série “Por Nós”, Pedro contou um pouco mais sobre sua história e momento atual. Ele relembrou a desclassificação para as Olimpíadas de Pequim, Londres e Rio de Janeiro.
“Um dos momentos mais difíceis da minha vida. Vontade de participar dos Jogos Olímpicos, mas não consegui participar. Fiquei abatido, pensei em parar de lutar. Não desisti devido a força que minha esposa me deu. Minha esposa me abraçou. Disse que a gente não vive só de vitórias. Eu continuei e fui campeão várias vezes”, disse.
Entretanto, o ex-pugilista passou pelo momento mais difícil de toda a sua carreira. Por sinal, não se tratava de uma derrota dentro dos ringues, e sim fora deles. Sua esposa acabou falecendo após a luta contra o câncer.
“Depois que eu me aposentei, minha vida não digo que está ruim, fome não passo… Mas de toda essas perdas, o que eu mais sofro é a perda da minha mulher. É a dor principal. Eu daria tudo. Daria título, casa, daria a minha vida para ela estar aqui comigo. Eu não desejo para ninguém. Depois que minha mulher se foi, eu só estou de pé porque tenho dois filhos. Se não eu já teria me entregado”, comentou, revelando que dorme bêbado há 20 dias.
Iniciou de vida e entrada no boxe
Sem sua esposa, Pedro Lima corre para ganhar dinheiro no dia a dia. Vale lembrar que antes de iniciar no boxe, trabalhou como vendedor de chocolate e doces em Salvador. Neste período, conheceu Raimundo de Oliveira, conhecido como Sergipe, e entrou para a academia Champion.
“Vim de Riachão para Salvador, para o bairro de Nova Brasília. Eu comecei a engordar e sofria bullying no colégio. Aí eu conhece um rapaz chamado Sergipe e a ex-esposa dele. Ela me disse que iria me levar para academia dele. Aí tomei gosto, comecei a lutar em bairros. Lembro que fui em uma luta em Castelo Branco, de bairro, e ganhei. Sergipe, conhecido como Raimundo de Oliveira, que me ensinou o primeiro jab”, comentou.