Na última terça-feira (27), o volante Damián Bobadilla foi acusado de neofobia durante a vitória por 2 a 1 em cima do Talleres-ARG, no Morumbis, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores da América. Logo após o gol de Luciano, o paraguaio teria dito “venezuelano morto de fome” ao lateral Navarro.
Em entrevista ao UOL News, o advogado João Marcello Costa, especialista em direito esportivo, comentou sobre o caso envolvendo o jogador do São Paulo. Segundo o profissional, a situação deve ter um final rápido.
“No ponto de vista criminal, já foi aberto o inquérito, o delegado já deu entrevista, mencionando as testemunhas. E não me parece um inquérito complexo. Ele pode ser resolvido de uma forma rápida. O investigado, já deu um depoimento sem negar os fatos. Não me parece um inquérito que vai demorar muito”, iniciou.
Navarro chorou dentro dos gramados após as falas de Bobadilla e a partida foi paralisada por alguns minutos. O árbitro Piero Maza Gomez estava longe de ambos e não ouviu a ofensa. O venezuelano abriu um boletim de ocorrência contra o paraguaio, que não depôs à Polícia Militar no mesmo dia, pois saiu mais cedo do Morumbis.
“A Conmebol vai abrir um expediente disciplinar para apurar os fatos, sabendo como foi no âmbito criminal. Não me parece haver uma dificuldade de encerrar a investigação e partir para o processo. […] Quando o jogador comete um ato de racismo [equiparável à xenofobia], a pena mínima é de quatro meses, um tempo considerável em uma temporada de futebol”, prosseguiu o advogado.
Além de Navarro, Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, também do Talleres, também falaram à polícia confirmando o caso. Bobadilla foi intimado e deverá prestar depoimento nesta sexta-feira (30).