Miguelito, jogador do América-MG, foi preso em flagrante neste domingo após acusação de injúria racial no duelo contra o Operário-PR, em Ponta Grossa (PR), pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Aos 30 minutos do primeiro tempo, boliviano se dirigiu ao jogador Allano, da equipe adversária, e teria dito:”preto do c******”. Jacy, capitão do time paranaense, ouviu a frase, assim como a vítima.
Nenhuma câmera flagrou o momento exato da ofensa, mas os relatos dos que estiveram no campo bastaram para a prisão. O árbitro Alisson Sidnei Furtado paralisou o jogo e deu início ao protocolo antirracismo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Em entrevista ao UOL Esporte, o advogado Carlos Henrique Ramos, especialista em direito desportivo, disse que Miguelito será acionado na esfera do esporte junto pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)
“Na esfera desportiva, o atleta pode ser denunciado com base no art. 243-G do CBJD, que trata da prática de ato de discriminatório em razão de preconceito. A punição é de suspensão de 5 a 10 partidas”, comentou.
Também ao UOL, o advogado Caio Ferraris diz que o jogador do América-MG também será acionado criminalmente após injúria racial. Ele deve permanecer detido até a audiência de custódia.
“Ao que tudo indica, o jogador deve ser processado pelo crime de injúria racial, previsto no art. 2-A, da Lei nº 7716/89. Importante destacar que essa modalidade delitiva não permite acordos com o Ministério Público, de maneira que o caso deve seguir até sentença de mérito. Se condenado, o jogador pode ser punido com reclusão de 2 a 5 anos, além de multa”, comentou o advogado.
